terça-feira, 14 de outubro de 2014

Neurocientistas admitem existência de consciência em animais.

Entrevista para a Revista Veja:

http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/nao-e-mais-possivel-dizer-que-nao-sabiamos-diz-philip-low

Documento na íntegra:

http://fcmconference.org/img/CambridgeDeclarationOnConsciousness.pdf


Neurocientistas admitem existência de 
consciência em animais
Entrevista para a Revista Veja com Philip Low.

"Não é mais possível dizer que não sabíamos", diz Philip Low.

No dia 7 de julho de 2012, 26 neurocientistas em parceria com o físico Stephen Hawking, publicaram uma declaração que afirma que todos os mamíferos (vacas, cães, baleias, humanos etc.), aves e muitas outras criaturas, como o polvo, tem consciência! Eles entendem que as estruturas cerebrais que produzem a consciência em humanos, também existem nos animais.

"Isso quer dizer que eles sofrem. É uma verdade inconveniente, sempre foi fácil afirmar que animais não têm consciência. [...]. Não é mais possível dizer que não sabíamos."

-Que tipo de comportamento animal dá suporte à ideia de que eles têm consciência?

Quando um cachorro está com medo, sentindo dor, ou feliz em ver seu dono, são ativadas em seu cérebro estruturas semelhantes às que são ativadas em humanos quando demonstramos medo, dor e prazer. Um comportamento muito importante é o autorreconhecimento no espelho. Dentre os animais que conseguem fazer isso, além dos seres humanos, estão os golfinhos, chimpanzés, bonobos, cães e uma espécie de pássaro chamada pica-pica.

-As conclusões do manifesto tiveram algum impacto sobre o seu comportamento?

Acho que vou virar vegano. É impossível não se sensibilizar com essa nova percepção sobre os animais, em especial sobre sua experiência do sofrimento. Será difícil, adoro queijo.

-O que pode mudar com o impacto dessa descoberta?

No longo prazo, penso que a sociedade dependerá menos dos animais. Será melhor para todos. Deixe-me dar um exemplo. O mundo gasta 20 bilhões de dólares por ano matando 100 milhões de vertebrados em pesquisas médicas. A probabilidade de um remédio advindo desses estudos ser testado em humanos (apenas teste, pode ser que nem funcione) é de 6%. É uma péssima contabilidade. Um primeiro passo é desenvolver abordagens não invasivas. Não acho ser necessário tirar vidas para estudar a vida. Penso que precisamos apelar para nossa própria engenhosidade e desenvolver melhores tecnologias para respeitar a vida dos animais. Temos que colocar a tecnologia em uma posição em que ela serve nossos ideais, em vez de competir com eles


Nenhum comentário: